Até onde um carro de rua pode ir até virar track only?
Ontem estava lendo um e-mail que veio da Fuel tech referente ao Porsche 993 do Alejandro Sanches que bateu o recorde de velocidade para carros de rua no Brasil, medindo 378 km/h no corte da sexta marcha. Até onde pode ir essa vontade de andar cada vez mais rápido? Talvez não tenha fim.
Ontem acabei por testar o dodge com os 100 cvs de nitro na rua. Levei alguns amigos para realmente me darem uma opinião do que achavam, as vezes pelo barulho e pela ansiedade. Enfim, se abre a garrafa e começa a brincadeira. Saindo de primeira a potência ignora totalmente os pneus traseiros mas não deixa de ir pra frente. A segunda acaba em uns 2 segundos e ai vem a terceira onde o Real Deal começa. Acaba rápido também, coisa boa! Quarta engatada e estamos a 200km/h num Dodge 1974. Acaba a relação da caixa e do diferencial no corte de giros a 6000 rpm. Não cronometrei nada, mas creio que demorei muito mais pra escrever o relato da cena do que para executa-la. Realmente a coisa tá estranha. É uma empurrada seca como se mais um motor ligasse junto ao diferencial. Coisa de viciar e querer ter um caminhão da White Martins estacionado na frente de casa. Este é um carro de rua, vai continuar sendo, e depois de ontem começo a pensar onde é o limite para seguir andando assim. É um carro com comando de gradução mediana e alto lob center e que anda a 40 km/h em quarta marcha. Docil, bom de andar, voltei pra casa a 80 km por hora na BR na boa....coisa fina. Mas e a vontade de querer mais? trocando dois gicles coloco 150 hp de nitro, facil assim. E eu que achava que a sindrome da pressão quando tinha o turbo era uma doença que eu tinha curado, agora me aparece a sindrome do nitro. Vou me acalmar...
Mudando um pouco de assunto mas não escapando pela culatra estava comentando com dois grandes amigos meus, meu irmão (Gustavo Pulita, apaixonado por VW e carros alemães, antigos e novos) e Douglas Carbonera (apaixonado por velocidade, arrancada, drag racer da mais fina linhagem), sobre escreverem no blog também. Afinal, ninguém melhor para escrever do que os caras que realmente fazem as coisas e estudam sobre os assuntos.
Então ai vai o Douglas, contando um pouco sobre como deixou o Street e partiu pro Drag. Eu acompanhei tudo, mas ele tem a experiência.
_________________________________________________________________________________E aí Pivísticos, beleza?
Primeiramente, queria agradecer ao Pivístico Chefe pela oportunidade de falar um pouco sobre essa paixão que temos, que é a arrancada, e os carros preparados e customizados em geral...
Minha história nesse meio todo não é muito longa, mas posso dizer que é bem intensa. Digamos que me saí muito bem pra um cara que andava de Peugeot 206 com 50 cavalinhos de nitro na rua, empurrando junta do cabeçote pra fora a cada 2 ou 3 nitradas, escrevendo pra revistas como a AutoPower dizendo que queria participar de campeonato de Tuning (sim.... eu também tive meu passado negro... hehehe)
Nada como um bom mestre, pra nos botar no rumo das coisas certas e inegáveis. Se sou alguma coisa hoje no meio da arrancada, é porque tive alguém MUITO BOM que me botou nesse caminho, e a isso devo tudo ao meu grande amigo MARQUINHOS da Pro Race (IN MEMORIAN). Este foi um cara que marcou a minha vida e de muita gente aqui na minha cidade que gosta de carro forte e de um bom acelero.... Taí o Pivas que não me deixa mentir, e que COM CERTEZA foi influenciado por esse cara também...
Porque toquei no assunto do falecido amigo? Porque ele foi o "divisor de águas" quando decidí abandonar a rua e partir pra um carro de pista. Quando comprei meu primeiro Opala, o Pivas foi comigo buscar... Tava lá o amarelão, todo arrebentado precisando de um dono... Pegamos ele, e antes mesmo de levar pra casa arrancamos o cano, e aí sim, fomos dar uma volta fedendo a gasolina, roncando igual a um Corcel I e faceiros da vida.... O carro tinha destino certo: apenas uma pinturinha bacana, um motorzinho original de silverado turbo, e era isso! Seria um ótimo carrinho de andar na rua e acelerar na volta com os amigos.... SERIA, não fosse a doença que o falecido amigo passou pra mim.
A partir daí a história foi longa até conseguir acelerar.... 6 anos de espera e de muito trabalho, como todos ja estão careca de saber!
Agora sim chegamos aonde eu queria chegar...se for partir pra pista, o que fazer? Primeiramente, pegue o regulamento e faça dele o seu livro de cabeceira. Leia-o atentamente e veja se não pode se beneficiar de furos do regulamento (isso TODOS os regulamentos tem, e poucos usufrem disto). Foi a partir disso que dei início ao uso das Ladder-bars na categoria STT, onde segundo o regulamento, a suspensão deveria ser totalmente original, sendo permitidas somente "barras de tração", o que, grosseiramente falando, as ladder-bars não deixam de ser... Isso foi um grande diferencial de meu carro na época, e hoje em dia o regulamento continua com furos que podem ser aproveitados e fazer toda a diferença no quarto de milha...
Definida a categoria, vem a montagem do carro em si, e a compra das peças! Ahhh... sim...as peças. Eu, particularmente, sou um TARADO PSICOPATA por peças. Passo horas e mais horas na frente do computador catando peças, especulando, orçando, vendo algo de novo pra usar no carro... Essa é a parte que mais gosto de fazer num carro. Obviamente, o nível de preparação de cada carro vai ser definido única e exclusivamente pelo bolso, e EU É QUE SEI o quanto isso é dificil. Não foi a toa que demorei mais de 6 anos pra fazer um carro do zero. Equipamentos bons são todos caros, a grande maioria importados e complicados de se adquirir. Um grande conselho que posso dar aos amigos é o seguinte: DINHEIRO BOM, É DINHEIRO GASTO UMA ÚNICA VEZ. Se tiverem que deixar o carro algum tempo parado por não terem grana pra comprar aquela peça que seria a solução dos problemas, NÃO EXITEM, PAREM TUDO. Não existe NADA melhor num carro de corrida do que tu botar uma peça lá e ESQUECER que ela existe.
Na peça "quebra-galho" o trabalho é dobrado, o dinheiro é dobrado... é tudo negativamente dobrado! E quando "dá pau" nessa peça, a frustração de levar o carro pra casa e perder uma prova é imensa, ou o correrio pra fazer ele funcionar de novo no meio de uma prova faz perder aquele precisoso tempo do desenvolvimento do carro.
No mais, vão para as provas pelo tesão de acelerar, e não pela obrigação de mostrar algo a alguém... as coisas acontecem sem forçar. Joguem limpo, sigam o regulamento, apresentem um carro seguro e confiável, que isso só agregará em seu nome e de sua equipe. JAMAIS usem de "artifícios secretos ilícitos" pra ganhar aquele décimo de segundo sobre teu concorrete, porque cair do cavalo é muito mais fácil do que montar nele de novo. Aprontem seus carros com um mínimo de 4 dias de antecedência da prova. Tirem aquele tempo pra dar uma boa "encebada" na jóia e conversem com ele... (Sim... sou um cara que acredito que carros tem sentimento... além disso, já peguei muito furo e "cagada" no meu carro neste tempo livre que tive "a sós" com ele!)
Bueno.... poderia ficar falando o dia todo sobre isso, mas deixamos o restante para uma próxima oportunidade....
Um grande abraço!
Douglas Carbonera
Uso das Ladder Bar, primeiro carro da Categoria STT a empinar com pneus radiais mesmo! Ele está voltando... |
Muito legal teu blog Pulita!
ResponderExcluirParabéns!
Vê se visita o meu agora! hehehe...
www.dart72.blogspot.com
Douglas, nunca conversamos pessoalmente, mas todas as pessoas que falam em ti, falam muita coisa boa!
Concordo com a tua maneira de pensar.
Por isso estou tendo a postura de gastar uma vez só.
Sem duvida é mais demorado, mas acaba se tornando muito mais em conta, apesar da longa espera!
Fiquei muito sentido com a quebra do teu amarelo. Sem duvida tu não merecia isso.
Mas essas coisa fazem parte da vida!
Espero em breve ver o teu STT arrancando no Velopark!
Abração a todos vocês!!!